sábado, 29 de setembro de 2012

As manhãs de Domingo pela linha...


Todos os fins de semana, pelas manhãs de Domingo, um grupo de quatro amigos, no qual me incluo, apaixonado pelo "nosso património" e pelos comboios, visitam os caminhos de ferro portugueses à procura do seu património histórico, da sua gente e do material circulante.
A nossa via férrea, de norte a sul, é maravilhosa. Criada para unir pessoas, transportar mercadorias e desenvolver a economia.
Hoje, é triste ver alguns dos pontos votados ao abandono, sem perspectivas de manutenção e que traduzem um futuro pouco auspicioso.Um contra-senso em termos racionais e económicos.
Há muitas estações e apeadeiros que poderiam ser entregues à iniciativa privada, as verdadeiras parcerias público-privadas que poderiam desenvolver actividades turísticas, núcleos de ocupação de tempo livres de jovens, centros de cultura ou centros de dia para os nossos avós ou familiares. No entanto, vemos precisamente o contrário, o abandono e a sua posterior ocupação pelo desmazelo das infra-estruturas. Há locais, que pela sua localização poderiam ser excelentes restaurantes ou bares (promotores da gastronomia e dos costumes locais), com estacionamento e isolamento suficiente para não perturbar a vizinhança, com uma envolvente paisagística deslumbrante.
Não compreendo, bem gostaria de compreender qual o objectivo desta estratégia da REFER quando é ela própria no seu site afirma:

"Tem como Missão Estratégica assegurar a sua eficiente utilização, valorização e rentabilização em consonância com os objectivos de gestão da infra-estrutura ferroviária. Como Visão Estratégica aponta para uma filosofia de gestão integrada sob comando único do Conselho de Administração da REFER Património para toda a actividade imobiliária."

Ora, esta declaração deveria ser suficiente para demonstrar que as várias linhas dadas ao abandono e o seu património imobiliário (estações e apeadeiros) tenham outro futuro mais promissor.Está na hora de repensar toda a estratégia, a linha férrea é economicamente viável, sustentável ambiental e economicamente.

Com o transporte de pessoas podemos reduzir a nossa dependência dos combustíveis fosseis e consequentemente conseguir reduzir as nossas importações, aumentar a vida útil do nosso parque automóvel, poupar o desgaste das nossas estradas e o tempo de transporte.

Não nos devemos esquecer que os comboios são os meios de transporte mais seguros.Temos todos um papel importante no combate à mudança das mentalidades e no incentivo à estima do nosso património ferroviário por parte da REFER.

terça-feira, 25 de setembro de 2012

O futuro da via férrea !



Quando se viaja por Portugal ao longo das suas vias férreas podemos observar o grande abandono das suas vias férreas. A única via que escapa é a linha do Norte, mais concretamente Lisboa/Braga.

Portugal viveu muitos anos um esquecimento no investimento nas infra-estruturas ferroviárias e uma aposta nas vias de asfalto e cimento que muito nos trazem custos com as ditas parcerias público privadas.

Não longe de nós, pela Europa fora podemos observar que as cadeias logísticas e o transporte de pessoas são cada vez mais realizados pelo transporte ferroviário. Os custos de manutenção das linhas, de transporte e ambientais são muito reduzidos em comparação aos demais meios de comunicação frequentemente utilizados pelo nosso país.

Hoje, com a globalização dos mercados em redes intercontinentais o transporte ferroviário pode ter um futuro risonho, não esquecer que ainda há muito a desenvolver no continente africano ao nível logístico e ao nível do transporte de pessoas.

É um negócio que pode colocar a Europa de novo num lugar privilegiado no tráfego de mercadorias e pessoas.

Com o abandono do projecto da Alta Velocidade e a prioridade atribuída ao tráfego de mercadorias, importa saber quais são os corredores que se impõem para melhor servir as exportações nacionais e mais rapidamente colocar no Centro da Europa as cargas que hão-de chegar aos portos portugueses. E não bastará construir as novas linhas. Igualmente importante será garantir a sua interligação com os portos e as plataformas logísticas.

Em tempo de contenção de custos e de redução de prejuízos, a opção tem passado sistematicamente por reduzir a rede em operação. Coloca-se a questão de saber se não haveria alternativas que evitassem os encerramentos, e se não será possível, ao invés, potenciar a capacidade instalada e utilizá-la até para alimentar uma futura nova rede de Alta Velocidade / Velocidade Elevada.

A redução da oferta de serviços ferroviários, a despensa de efectivos dos operadores públicos, os cortes nos investimentos em infra-estruturas, em material circulante e em tecnologia ferroviário coloca as empresas e os profissionais na necessidade de encontrarem outras saídas. E África, em particular Angola e Moçambique, podem ser boas saídas, tantos são os investimentos para ali previstos na ferrovia e tão grande é a falta de recursos humanos.

Uma verdade indiscutível abona a favor do transporte ferroviário, é o seu nível de segurança e fiabilidade de sinistralidade e elevada eficiência energética.

O futuro está em aberto!.

domingo, 23 de setembro de 2012

Locomotiva a Vapor BA 61


Pelas terras da Pampilhosa do Botão podemos encontrar os relatos da viagem de D. Carlos ao encontro da princesa Amélia de Orleães, sua noiva e futura rainha de Portugal, nestes relatos podemos descobrir que o rei partiu de Lisboa, a 18 de Maio de 1886, e pernoitou na Pampilhosa. Foi aqui que esperou o comboio de Paris. A 19 de Maio, D. Carlos e D. Amélia almoçaram na estação de comboios da Pampilhosa e logo após seguiram para Santa Apolónia, Lisboa. A Estação da Pampilhosa é onde se cruzam as linhas do Norte e da Beira Alta, chegou a ser a segunda estação mais importante do País, quando por ali parava o Sud Express e o comboio foi fixando várias indústrias na região. É neste recanto do mundo dos comboios que nos apercebemos que os honrados habitantes da Pampilhosa do Botão tenham orgulho numa relação intensa com o comboio. É aqui que descansa, ao abandono de mais de 20 anos, a famosa máquina a vapor, única no mundo, a locomotiva BA 61. Um crime à nossa história e ao nosso património ferroviário. É necessário colocar a sua magnífica forma à vista de todos num lugar digno e interactivo com a população e o turismo que tanto Portugal diz defender.

Estação da Pampilhosa - Comboio Regional


Estação da Pampilhosa do Botão